Block Inc. apresenta novo sistema de mineração de Bitcoin
A Block Inc., uma fintech focada em Bitcoin, apresentou um novo sistema de mineração de criptomoedas que promete fazer a diferença. O objetivo é prolongar a vida útil das plataformas de mineração e reduzir os gastos operacionais. Esse é um alívio bem-vindo para as mineradoras que enfrentam altos custos, especialmente nesta época em que a eficiência é fundamental.
O grande destaque é o Proto Rig, um equipamento modular que substitui o ciclo de vida tradicional das plataformas de mineração, que costumam durar de três a cinco anos. Com o Proto Rig, a expectativa é que esse hardware chegue a durar uma década ou mais. A ideia é que, em vez de descartar a máquina inteira, as mineradoras possam trocar apenas as hashboards quando a tecnologia avança. Isso pode resultar em uma economia de até 20% nos custos de atualização.
Além disso, a empresa lançou o Proto Fleet, uma plataforma de gerenciamento de frotas de mineração. Essa ferramenta é voltada para operações em larga escala e funciona como uma solução aberta, facilitando a administração e o uso de recursos.
No início desse mês, a Block já havia se destacado ao desenvolver um chip de mineração de Bitcoin de 3 nanômetros, o que sinaliza um avanço significativo no setor de hardware dessa tecnologia. Mineração de Bitcoin, no entanto, não é tarefa fácil e continua a ser um campo altamente competitivo, com plataformas profissionais custando, em média, mais de R$ 50 mil. A eletricidade, uma das principais despesas, também pesa no orçamento das mineradoras.
Atualmente, as mineradoras estão gerando mais de R$ 250 milhões em Bitcoin por dia, embora a rentabilidade dependa de fatores como custo da energia, dificuldade de mineração e a eficiência do hardware utilizado.
A recepção da indústria ao Proto Rig tem sido positiva. Kadan Stadelmann, CTO da Komodo Platform, comentou que a abordagem de código aberto da Block reflete o espírito descentralizado original do Bitcoin. Ele ressaltou que as plataformas tradicionais acabam parando em aterros e que esse novo design modular ajuda a democratizar a mineração, algo que o setor vem precisando há anos.
Mineradoras de Bitcoin estão aproveitando o boom da IA
Diversas empresas de mineração têm buscado aumentar sua receita diversificando suas operações. Isso inclui reutilizar a infraestrutura para outras atividades, como computação de alto desempenho (HPC) e inteligência artificial (IA). Há quem esteja optando por manter os Bitcoins minerados, na expectativa de novos altos nos preços.
Um exemplo interessante é a Core Scientific, que, antes de ser adquirida, fez a transição de focar na mineração de Bitcoin para integrar a inteligência artificial em seu modelo de negócios. A empresa enfrentou dificuldades financeiras e chegou a entrar com um pedido de recuperação judicial em 2022, mas menos de dois anos depois conseguiu um investimento de R$ 18 bilhões da CoreWeave, destacando a importância da adaptação nesse setor em constante evolução.
Em julho, a CoreWeave finalizou a aquisição da Core Scientific em uma operação que totalizou R$ 45 bilhões. Outra mineradora, a Hive Digital, já havia iniciado sua migração para a computação de alto desempenho e IA, colhendo frutos dessa estratégia em seu desempenho financeiro no ano seguinte. A Hive segue otimista em relação às suas operações na mineração de Bitcoin, mostrando que a diversificação pode ser uma chave para o futuro nesse mercado desafiador.